Maya e Apolo, dezembro/2001
Um pouco da história...
Peguei meu primeiro gatinho, um filhotico de 1 mês e meio, o Apolo, em 1998. Sua mãe era uma gata de rua que deu cria na garagem de uma vizinha da minha mãe. Esta vizinha cuidou dela, esperou o desmame e começou a divulgar os filhotinhos para adoção. Eu e meu filho íamos ver os filhotes todo fim de semana, quando íamos à casa de minha mãe.
Uma amiga minha de São Bernardo queria um gatinho, levamos um pretinho lindo pra ela, foi numa 5ª.feira à noite. Meu filho foi brincando com o pequeno durante todo o trajeto, apaixonado por ele... bem, tenho que admitir: gatos são apaixonantes! rsrs
Só tinha ficado um gatinho com a mãe, que ainda precisava de um lar. Era um branco e preto com rabinho curto e torcido, parecia um coelhinho! Não preciso dizer que meu filho veio no carro de São Bernardo até em casa falando desse “coelhinho”... Não deu outra: no dia seguinte liguei para a vizinha e pedi pra reservá-lo pra nós.
No sábado fomos ao petshop para comprar todo o enxovalzinho dele e fomos buscá-lo. Eu nunca tinha tido gatos, mas sempre tive uma quedinha especial por eles...rsrs Cheguei a trazer um gatinho filhote dentro da mochila da escola uma vez, e algumas vezes comprei gatinhos filhotes, com a minha mesada, para que os meninos da rua não jogassem no bueiro. Minha mãe ficava maluca comigo, porque eu aparecia com os gatinhos em casa, mas o trabalho de cuidar, controlar a nossa cachorra, esconder o gato longe dela e arrumar um dono ficava sempre pra ela… rsrs Mas nunca me desestimulou a salvar a vida de um animal. Ela mesma acolhia cães de rua na garagem de casa, tratava e procurava um dono. E eu ajudava a tratar. Portanto, ela não podia nem me dar bronca, certo? rsrs
Na semana seguinte, a vizinha me ligou. Ela havia desmontado o “ninho” (um cercado com caixas de papelão) e a gata mãe vinha direto miar lá, procurando seus filhotes. Ainda tinha a água e a ração dela, mas ela procurava os filhotes...
Fui à casa da minha mãe naquela noite e levei o Apolo. Parei na vizinha com o carro e abri a porta do carona para conversar com ela... meu filho estava no banco de trás com o Apolo, que começou a miar, e a gata mãe nem pediu licença: entrou no carro, foi pro banco de trás e nós presenciamos um encontro que não dava pra desconsiderar! Foi um festival de miaus, ronrons, lambidas... lembro da barriguinha branca do Apolo virada pra cima e aquela cabeça preta imensa da mãe cobrindo tudo com lambidas...
A MAYA GANHOU UM LAR!
Apesar de ter ficado com receio de colocar uma gata de rua adulta dentro de um apartamento, sem acesso externo, a vizinha me garantiu que ela acostumaria. Mandou castrar no dia seguinte e levou a Maya pra nós. Era minha companheira de cama, dormia enroscada comigo... Ela e o Apolo foram inseparáveis até sua partida, já velhinha, com vários dentes a menos... deixou muita saudade!
Foi assim que me sensibilizei com o fato do abandono de animais e principalmente com a discriminação contra os pretinhos. Logo depois que adotei a Maya, vários gatos de rua que conviviam com ela apareceram mortos, envenenados. Além das crenças e superstições a respeito deles, o que gera o preconceito (descabido!) para adoção, ainda temos que tomar conhecimento dos maus tratos que eles sofrem por parte do “serumano”...
Desde 2005, quando aluguei esta casa e iniciei oficialmente o Projeto SOS Felinos, a percepção desse preconceito vem crescendo... tenho pretinhos que vieram filhotes ou nasceram aqui e estão no gatil, encalhados...não conseguiram um lar! Seus irmãozinhos, coloridinhos e clarinhos, foram adotados... por que os pretinhos não tem esse direito?
A Campanha Pró-Pretinhos tem por objetivo desmistificar esse preconceito infundado gerado por crenças e superstições absurdas!
PRÓ-PRETINHOS: ADOÇÃO SEM PRECONCEITO!
O primeiro pretinho a gente nunca esquece... Adote um!
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