BRUXO, MAGO, FEITICEIRO E A CAUSA ANIMAL
Neste artigo
propomos uma reflexão a respeito do significado das palavras bruxo,
mago e feiticeiro, tão mal empregadas na atualidade, na tentativa de,
através desta compreensão, levar ao entendimento de que bruxos e
gatos não têm necessariamente um relação, ou seja, matar ou
maltratar animais sem propósito algum e práticas muitas vezes
atribuídas aos bruxos, na realidade não são.
Quais
são as fontes para pesquisa?
A primeira poderia vir do Latim.
A primeira poderia vir do Latim.
O latim é
uma antiga língua indo-européia do ramo itálico originalmente
falada no Lácio, à região do entorno de Roma. Foi amplamente
difundida, especialmente na Europa, como a língua oficial da
República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste
último ao cristianismo, da Igreja Católica.
Outra
hipótese é a busca fora do latim, em outras línguas, como os
primeiros escritos citando a forma etimológica da palavra.
Não
dá para se basear no dicionário Michaelis ou Aurélio,
visto que algumas palavras sofreram distorção no tramitar do tempo.
Um exemplo
disso é a palavra Bruxaria, que é anterior ao período romano na
Ibéria, ou seja, a palavra bruxa, bruja como outras foram indexadas
ao latim naquelas regiões e chegaram até as línguas portuguesa e
espanhola.
Portanto o
termo bruxo tem um significado bem diferente constituído pela Igreja
Católica na idade medieval, esta sobre a influência cristã, onde
qualquer religião, qualquer seita, qualquer espiritualidade era tida
como influência diabólica, portanto uma marginalização em massa;
se pensarmos assim, teremos o judaísmo como bruxaria, teremos o
luteranismo (movimento protestante) como bruxaria, temos um monte de
outras crenças alternativas, inclusive o movimento anti-cristão
(satanismo).
Não
concordamos com o termo bruxaria nesta fase histórica completamente
obscura, tanto socialmente como religiosamente falando, pois o diabo
nem entra em nossas crenças, esta visão distorcida cabe para quem
estuda e pratica magia do período medieval e moderno, e nem pode ser
considerada como Bruxaria (termo para senda) e sim como um agregado
de crenças e feitiçarias subjugadas pela Igreja Católica
"bruxarias" - feitiçaria maléfica e marginalizada.
Então, o
grande problema que a língua portuguesa traz, por ser uma das mais
complexas línguas do mundo, é essa dubialidade, essas "corruptelas"
da palavra e do sentido que tornam nossa comunicação tão confusa,
promovendo guerrinhas tolas e sem sentido.
Hoje vejo até
gente da Umbanda falando que faz "bruxarias" com o
significado de feitiçaria obscura, que o Exu dela faz "bruxarias".
Para quem busca por raiz em cada religião sabe que isso em nada tem
haver com Bruxaria em essência.
Sobre a
palavra "mago"
Mago:
“1) Antigo sacerdote zoroástrico, origem persa; 2) Astrólogo;
adivinho; 3) Homem que pratica magia; 4) Cada um dos três reis que
foram a Belém adorar o menino Jesus; 5) significado de maestria”.
Aqui já vi
até variação de palavras que provém da Língua Persa, magus ou magi,
que significa sábio. Da palavra "magi" também surgiram
outras tais como "magister", "magista",
"magistério", "magistral", "magno",
etc.
Mas de forma
algum vem do latim "Maleficus" que deriva Maléfico.
Outra
fonte:
É comum
atribuir a vasta região da Mesopotâmia como a origem dos magos,
porque as suas atividades têm muito a ver com a astrologia. A magia
praticada pelos magos proliferou a partir do período de domínio
persa (537-330 anos antes de Cristo). Os judeus que estiveram
exilados naquela região (597-539 a.C.) receberam essa influência,
e, ao retornarem, certamente trouxeram a prática da magia e
adivinhação para Israel. O livro Atos dos Apóstolos registra a
conversão de muitos magos (At 13,6-8; 19,13-19).
É
significativo mencionar que o evangelista Mateus registrou a presença
de reis magos no evento do nascimento de Jesus, na cidade de Belém.
O Evangelho de Mateus não menciona a quantidade, mas a tradição
cristã afirma serem três "reis magos", supondo que cada
um trazia uma espécie de presente: ouro, incenso e mirra (Mt
2,1-12). Ao mencionar a presença dos reis magos no nascimento de
Jesus, o evangelista queria afirmar a universalidade da mensagem
pregada por Jesus Cristo. A manifestação do interesse dos magos do
Oriente pelo nascimento de Jesus é completada pelo registro da
conversão de pessoas vindas de todos os cantos da terra.
Agora
sobre o termo feiticeiro:
1. Aquele que
faz feitiço
Quem faz
feitiço?
Bruxos,
Magos, Umbandistas, Candomblecistas, Catimbozeiros, etc...
O que são
feitiços - Emprego de sortilégio, encantamento, procedimento
mágicos. O objetivo é
interferir no estado mental, astral, físico e/ou na percepção que
outra pessoa tem da realidade. Um feitiço pode ser benéfico,
inofensivo ou maligno, no último caso, um exemplo é uma Maldição.
Um feitiço pode ser feito através de rituais, utilizando-se de
amuletos, palavras mágicas, poções, etc.
Dessa forma
podemos concluir facilmente que nem todo feiticeiro é um bruxo e que
não se pode usar o termo “bruxo” como um termo genérico para
definir qualquer tipo de praticante de feitiçaria.
E quanto
aos animais?
As mais
variadas práticas mágicas -práticas de feitiçaria- se utilizam de
fontes primárias de energia para através desta manipulação
interferir na realidade.
Uma destas
fontes, chamada de magia da essências, envolve animais bem como
envolve ervas ou outros elementos da natureza, e quando vemos um
animal – os gatos, por exemplo - que foi maltratado em algo deste
genêro, o que temos é o resultado da falta de maestria de algum
feiticeiro que quis fazer uso de uma essência de forma inábil,
geralmente movido por propósitos pouco justificáveis.
Não vamos
detalhar aqui como é feita a utilização destas essências, nem
dizer a que se destinam, exatamente para não despertar mais
interesse em práticas que na maioria das vezes são desnecessárias
e se prestam a fins egoísticos, seria irresponsável de nossa parte
detalhar tais questões, sabendo que a internet esta à merce de
interpretações equivocadas e distorcidas.
A verdadeira
magia é aquela que transforma, antes de mais nada, a si mesmo; e o
feiticeiro, seja ele bruxo, umbandista, xamã, tenha a raíz
cultural que tiver, que tem este entendimento, terá a maestria
necessária para direcionar seu caminho fazendo o uso adequado das
essências.
As antigas
civilizações realizavam o sacrifício animal, assim como realizavam
também o sacrifício humano, e seria contrariar a história não
fazer esta menção; entretanto, neste período, para tal prática,
realizada com o mais profundo respeito, o espírito do humano ou do
animal era desligado antes quando não, o próprio ser se oferecia
para o sacrifício e o propósito sempre era destinado a uma causa
muito forte. Não queremos com isto justificar qualquer prática, nem
cair no julgamento da cultura de qualquer povo, não estamos tomando
partido ou dizendo que seja certo ou errado, mas sim contando a forma
como este tipo de prática era tratada na antiguidade, algo bem
diferente do que vemos em matadouros ou em fábricas de casacos de
peles.
No mais,
existem formas de substituíção para estas práticas, trocas de
essências que podem ser realizadas, como dito, a forma sempre
depende da maestria e da intenção do feiticeiro que a prática.
Cordialmente,
Um caminho claro sobre as tradições na Bruxaria